domingo, 28 de outubro de 2012

REINO FUNGI


Em biologia Micologia ou Micetologia, é a ciência que estuda os fungos. Micologia vem do grego "Mikes" = cogumelo e logos = estudo (estudo do cogumelo).
Os micólogos (micologistas ou micetologistas) pesquisam taxonomia, sistemática, morfologia, fisiologia e bioquímica, utilidades, e os efeitos benéficos e maléficos das espécies de fungos que podem ser parasitassaprófitos ou decompositores.
Inicialmente exercida por botânicos, a Micologia atualmente detêm um status independente da Botânica, embora muitas instituições ainda abriguem pesquisadores de ambas as ciências em um mesmo departamento.
O padre Johannes Rick, que trabalhou no Rio Grande do Sul até 1946, é considerado o "Pai da Micologia Brasileira".



O REINO FUNGI

Abundantes em todo o mundo, a maioria dos fungos é inconspícua devido ao pequeno tamanho de suas estruturas, e pelos seus modos de vida crípticos, no solo, na matéria morta e como simbiontes ou parasitas de plantas, animais e outros fungos. O Reino Fungi é um grande grupo de organismos eucariotas (unicelulares ou pluricelulares) que inclui microorganismos tais como:

  • Leveduras
  • Bolores
  • Cogumelos


    Os fungos são classificados em um reino separado das plantas (botânica), animais (zoologia) e bactérias (bacteriologia).
    O corpo é formado por hifas (septadas ou cenocíticas). As células dos fungos apresentam paredes celulares que contém quitina, ao contrário das células vegetais que contém celulose e apresentam substâncias de reserva de glicogênio.
    São heterotróficos (não possuem capacidade de produzir glicose) e saprófagos (decompositores dos alimentos).
    Apresentam digestão extracelular, ou seja, liberam enzimas digestivas no meio ambiente, digerindo a matéria orgânica e absorvendo os nutrientes.



    A IMPORTÂNCIA DOS FUNGOS

    Os fungos podem provocar a decomposição de restos de animais e vegetais. Eles agem como decompositores nos diversos ambientes.
    Ao degradarem restos de organismos, deixam no solo muitos nutrientes importantes para o crescimento dos vegetais.
    As leveduras são usadas na produção de bebidas alcoólicas como a cachaça, a cerveja e o vinho. As leveduras ajudam também no crescimento do pão, deixando-os mais fofo.
    Desde a década de 1940, os fungos são usados na produção de antibióticos e mais recentemente, várias enzimas produzidas por fungos são usadas industrialmente e em detergentes.
    São usados também como agentes biológicos no controle de ervas daninhas e pragas agrícolas.



    ASCOMICETOS (Ascomycota)


    ORELHA DE PAU MARROM

    ORELHA DE PAU LARANJA


    Leveduras, morquelas, trufas e orelhas de pau são exemplos de fungos desse grupo. 
    O levedo de cerveja (Saccharomyces cerevisiae) é um fungo unicelular que transforma através da fermentação, o açúcar presente em alimentos em álcool e gás carbônico (Co2). Por isso é utilizado na produção de bebidas alcoólicas e também ajuda no crescimento e maciez dos pães.
    Os ascomicetos constituem a classe mais numerosa de fungos (cerca de 30.000 espécies). A característica principal é a presença de esporos chamados ascósporos que se desenvolvem no interior de hifas especiais denominadas ascos. Os ascos se formam dentro de pequenas bolsas ou sacos. São comuns os ascomicetos bem desenvolvidos e comestíveis. Entre os microscópicos destacamos o Penicillium notatum produtor da penicilina, os P. camembertii e P. roquefortii usados na fabricação dos queijos (camembert e roquefort) o Saccharommyces cerevisiae ou levedura de cerveja, usado na fabricação de cerveja, pão, cachaça etc...,  que provoca a fermentação alcoólica do açúcar. Arpergillus e Penicillium são ascomicetos relativamente comuns, encontradas em frutos apodrecidos, dando a cor azulada na laranja, limão etc, e que se reproduzem por conidiósporos.

                                                    
    QUEIJO P. CAMEMBERT (PASTA MOLE)

    QUEIJO P. ROQUEFORT (CREMOSO E ESFARELADO)
       

    ZIGOMICETOS (Zygomycota)


    PÃO COM BOLOR PRETO DO TIPO (Rhizopus Stolonifer)

    LARANJA COM MOFO OU BOLOR DO TIPO (Mucor racemosus)


    Os zigomicetos são fungos terrestres formados por hifas de paredes quitinosas. Alguns são parasitas, todavia a maioria são saprófagos, vivendo no solo e alimentando-se de matéria orgânica morta. Possuem esporos sem flagelos e na reprodução sexuada produzem zigósporos, ou seja, zigotos de parede espessa e resistente, podendo sobreviver em más condições ambientais.
    A espécie Rhizopus stolonifer é o conhecido "bolor negro" do pão que também são acometidos às frutas. Outra espécie bastante conhecida é o Mucor racemosus de aspecto branco esverdeado, muito comum nas frutas a exemplos da laranja, limão, lima etc.
    Todos os zigomicetos formam esporos em esporângios na reprodução assexuada, formando zigosporângios na reprodução sexuada.
    Estes fungos constituem um problema para a preservação dos alimentos antes de os antifúngicos serem rotineiramente adicionados aos alimentos armazenados.  

       
    BASIDIOMICETOS (Basidiomycota)


    ESPÉCIE DE COGUMELO 1

    ESPÉCIE DE COGUMELO 2

    ESPÉCIE DE COGUMELO 3
                                                 
                                     
     As fotos acima mostram a grande variedade de cogumelos aqui representados em uma pequena amostra de diferentes espécies.
    Os basidiomicetos são espécies de fungos que apresentam micélios constituídos por hifas dicarióticas formando o chamado corpo de frutificação. Geralmente os basidiomicetos possuem um micélio bem desenvolvido, formado por hifas septadas, cujas paredes contém quitina. As hifas formam não só o micélio, mas também todo o fungo, inclusive o "chapéu", sob o qual são produzidos os esporos. 
    No chapéu ou píleo do fungo são formados os esporos chamados basidiósporos que são espalhados pelo vento. Quando caem em ambiente favorável (úmido e rico em matéria orgânica) cada esporo germina formando uma hifa unicariótica. Quando as duas hifas se aproximam e as células do ápice se juntam-se formam uma célula dicariótica. É a partir desta célula que se origina o corpo de frutificação.
    Em muitas espécies, os basídios reúnem-se em corpos de frutificação com forma característica, o basidiocarpo (conhecido popularmente como cogumelo), onde os basídios constituem, juntamente com células estéreis, o himênio. Outras espécies não produzem o basidiocarpos e em muitas delas, o basídio sempre se desenvolve a partir de um esporo que germina, tendo como exemplo deste grupo a Amanita muscaria, um cogumelo venenoso.


    IDENTIFICANDO COGUMELO VENENOSO E COMESTÍVEL


    Entoloma sinuatum cogumelo muito venenoso

    Você conseguiria diferenciar um cogumelo venenoso de um comestível?
    Essa é uma pergunta muito difícil de responder. Como existem muitas espécies de cogumelos, mais ou menos em torno de 1,5 milhões e nenhuma característica física denuncia a presença de veneno ou substância alucinógena, é muito difícil e perigoso diferenciá-lo à presença de nossos olhos ("a olho nú").
    Para ainda piorar a situação, estima-se que nem 5% das espécies estejam classificadas na literatura biológica. Isso significa que nem um micologista (especialista em fungos) muito experiente pode nos dá uma certeza de que um cogumelo achado poderá ser comestível, ou venenoso.
    Para afirmar seguramente se uma espécie de cogumelo é comestível,  venenoso ou alucinógeno, é preciso realizar uma análise morfológica e bioquímica em laboratório. Isso porque, mesmo que ele se pareça muito com uma espécie comestível, é bom desconfiar, afinal um mesmo gênero poderá ter espécies ditas letais.


    TERMOS EM BIOLOGIA

    MICÉLIO - nome que se dá ao conjunto de hifas emaranhadas de um fungo.

    CRÍPTICO - ação ou efeito de se ocultar, esconder, estar oculto.

    SAPRÓFAGO - seres que se alimentam de restos de plantas e animais garantindo a decomposição e a reciclagem da matéria orgânica presente neles e possibilitando o reaproveitamento dessa matéria por outros seres vivos tendo como principais representantes (fungos e bactérias).  

    INCONSPÍCUO - difícil de perceber, que não se percebe de imediato.

    HETEROTROFISMO - nome dado à qualidade do ser vivo de não possuir a capacidade de produzir glicose a partir da fotossíntese (CO2 + H2O + ENERGIA LUMINOSA) resulta em (O2 + GLICOSE)  e por isso se alimenta de outros seres vivos autótrofos direta ou indiretamente. 

    AUTOTROFISMO - nome dado à qualidade do ser vivo de produzir seu próprio alimento a partir da fixação de dióxido de carbono, por meio de fotossíntese ou quimiossíntese. Os seres vivos com essa característica são chamados de autótrofos ou autotróficos.                                                                                                      

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